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História
da Freguesia de Almagreira
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Orago:
N. Sra. da Graça
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Esta
freguesia foi constituída civilmente a 26 de Junho de
1867, no entanto a sua instituição paroquial deve
ser do início do século XVIII.
Nos tempos de D. Dinis era uma terra coberta por um denso matagal,
o que levou o monarca a dividir o território da actual freguesia
em dez colonatos que foram entregues a cultivadores directos que passariam
a ser denominados de Almagreiros. A outra ocupação dos
habitantes de então era o fabrico de artefactos de madeira de
pinho e de objectos de olaria, construindo as suas casas e as diversas
capelas com adobos de barro.
Nesta freguesia possuiu uma quinta o célebre historiador João
de Barros e na capela desse lugar insculpida na verga da porta, ainda
se guarda uma inscrição de 1671.
Do final do mesmo século são as duas imagens que existem
na igreja, representando Santo António e Santo Amaro. São
de madeira, estofadas e pintadas, assentes em duas mísulas.
O templo não tem altares laterais e o interior é de uma
só nave, coberto de um tecto de esteira, como o da capela-mor. (...)
Sobre
a história da freguesia leia também o texto
do Dr. Pombo
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A
descobrir
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Almagreira
( texto do Dr. Pombo )
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A
freguesia de Almagreira estende-se por uma 1arga planície
de solo argiloso e avermelhado, vulgarmente, designado
por almagre, situada entre as margens do Rio Arunca
e do Rio Carnide, onde as cotas de nível se
estabelecem na média dos 100 metros, com o ponto
mais alto na Cabeça do Irgal.
Como se estivesse coberta de denso matagal nos primórdios
da nacionalidade, D. Dinis ordenou a sua divisão em colonatos
entregues aos cultivadores directos, os quais passaram a ser
conhecidos pelos "almagreiros".
Os seus habitantes dispersos, ocupavam-se no fabrico de artefactos
de madeira de pinho e objectos de olaria, para uso doméstico,
alem da agriculturação dos campos e dos trabalhos
das matas, construindo as suas casas térreas com adobos
de barro.
Com adobos eram também erguidas as pequenas capelas votivas,
que se foram espalhando pelos lugarejos, tendo a ultima dedicada
ao Santo Baptista representado numa imagem quatrocentista talhada
na pedra por santeiro rústico sido demolida em 1969. Mas,
na verga da porta da capela do lugar de Assanha
da Paz (antiga quinta propriedade do celebre historiador
João de Barros), ainda se guarda insculpida uma pedra
com a data de 1671. Apenas a Capela de Santa Quitéria,
no lugar de Barbas Novas, mantém a forma primitiva, calculando-se
a sua construção tardia, por volta de 1815.
A constituição da freguesia civil data do Decreto
de 26 de Junho de 1867 mas, quanto a erecção da,
paróquia religiosa não se pode indicar uma data
tão precisa; no entanto pelo "Livro das Visitas",
arquivado no Cartório Paroquial, temos informação
que deve ser anterior a 1715, visto que o bispo de Coimbra, D.
António Vasconcellos e Sousa, enviou uma carta pastoral
a. Freguesia de Almagreira, em 2 de Julho, e no ano seguinte,
em 17 de Junho, era visitada pelo Chanceler do Vigário
Geral e a pia baptismal da Matriz tem
insculpida a data de 1731; mas o orago Nossa Senhora da Graça,
encontra-se representada numa valiosa imagem de pedra em estilo
gótico.
No ano de 1910, fora remodelada a capela-mor que servia de jazida
fúnebre ao bispo de Miranda e Bragança, D. José António
da Silva Rebelo, miguelista exilado, que faleceu no lugar de
Portela, em 1846, posto que tivesse no lugar de Paço.
Mas, toda a velha igreja matriz seria remodelada em 1930, por
iniciativa do padre José Nogueira, que a enriqueceu de
panejamentos, revestimentos e talhas recolhidos no Convento do
Desagravo de Lisboa por intermédio dos dirigentes dos
Monumentos Nacionais.
Vinte anos depois, surgiram novos restauros e reconstruções
a que procedeu o padre Manuel Duarte Marques, em obras iniciadas
em 1951 e terminadas em 1954. O templo ficou com um aspecto exterior
modernizado e sólido, respeitando-se no interior a traça
anterior, que exalta magnificentemente a talha barroca, decorada
com belas imagens de gosto seiscentista que pousam nos capiteis
dourados e o painel de azulejos do século XVII.
Porque a antiga Estrada Real atravessava a Freguesia de Almagreira,
ate ao reinado de Dª Maria I, era motivo de atracção
dos grandes bandoleiros que interceptavam a Mala Posta e as Diligências
Comerciais, que por ela cor¬riam; entre eles destacou-se
Simão Cavaleiro que, depois do assalto a Quinta da Capa
Rota, foi justiçado pela sua quadrilha que o abateu a
tiro por não querer repartir o ouro roubado, ficando enterrado
debaixo de uma figueira que havia no adro da Igreja Matriz.
A população desta freguesia, do concelho de Pombal,
tão pacifica, contribui desde há anos para engrossar
os movimentos migratórios internos e externos, destacando-se
no ano de 1975, um total de 1300 emigrantes no estrangeiro, entre
os quais se incluíam 220 famílias completas.
Estes emigrantes, sujeitos a um novo processo de urbanização
foram-se valorizando e transformaram-se em forças de progresso,
que trouxeram a riqueza auferida no exterior para a sua terra,
factos determinantes da economia e desenvolvimento da freguesia
de Almagreira.
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Igreja
Paroquial de Nossa Senhora da Graça
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Restaurada
em 1930, com uma só nave, sem altares laterais.
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Ermida
de Nossa Senhora da Paz
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Fica
na Aldeia da Assanha da Paz. Foi restaurada em 1944.
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Museu
Etnográfico de Almagreira
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Como
resultado do trabalho que desenvolve, o GFEA criou
o Museu Etnográfico de Almagreira onde estão
expostas cerca de 1000 peças, doadas pela população
da freguesia e onde se apresentam utensílios
domésticos, alfaias agrícolas, algumas
profissões já desaparecidas, a casa que
habitavam, etc. Das recolhas feitas ao longo dos anos,
em especial da sua directora (ver contactos), o Museu
publicou, aquando da 1ª Semana Cultural de Almagreira,
um livro com recolha de orações antigas.
Mas mais trabalho está na forja! Para que seja
concluído só são precisas mais
pessoas. Que tal dares uma ajudinha? Contacta-nos...
O
Museu pode ser visitado no primeiro Domingo de cada
mês, entre as 15 e as 18 horas, ou por marcação
através do telefone 969098616. Este serviço é assegurado
por elementos que compõem a Direcção
do Museu.
O
Museu Etnográfico de Almagreira, embora propriedade
do GFEA, tem uma direcção própria,
presidida por Maria da Estrela de Noronha Rodrigues,
apoiada por mais quatro elementos, dois dos quais pertencentes
ao Grupo Folclórico. Esta direcção
continuará empenhada na recolha de objectos
e sua manutenção.
fonte
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Contactos:
Maria Estrela Noronha Rodrigues (Directora)
Tel: 96 9098616
E-mail
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