|
 |
|
História
da Freguesia da Ilha
|
|
|
Orago:
S. José
|
|
|
A freguesia da Ilha foi criada a partir da divisão da
freguesia da Mata Mourisca. A primeira ermida do território
que constitui a freguesia, foi construída no ano de 1677,
sendo aqui enterradas as vítimas martirizadas pelos soldados
aquando das Invasões Francesas. A freguesia da Ilha é reconhecida
pela qualidade do seu artesanato de bracejo e da cestaria.
Leia
toda a História
|
A
descobrir
|
|
|
|
|
Numa extensa planície entre os rios Mondego,
a norte, e o Liz, a sul, e equidistante do mar e da serra
de Sicó, está situada a Freguesia da Ilha,
Concelho de Pombal. Filha dilecta da Mata Mourisca e, por
sua vez, neta do Louriçal, delas participa numa
história em comum.
Na Idade Média, por foral de 1142 foi dada, por D. Afonso
Henriques, a Leiria, onde aparecem delimitadas estas terras planas,
cobertas de matagal bravio, "que a norte avançam
para poente, indo da lagoa da Ervedeira até ao mar e de
Louriçal até Leiria". Mais tarde, em Dezembro
de 1166, estas terras são transformadas em couto e doadas
ao rico e poderoso Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, com o fim
de serem protegidas das constantes investidas mouras. A preocupação
da Monarquia era, também nesta zona, defender e povoar,
povoar para defender. A pacificação definitiva
chega em 1195 com D. Sancho I que celebra um tratado com a mourama,
entregando-lhes Silves, no Algarve, em troca da paz neste corredor
entre Leiria e Coimbra.
Mas não foi fácil o povoamento nestas zonas. Segundo
o cadastro da Estremadura de 1527, todo o Concelho de Pombal
de então era habitado por 516 moradores.
Sobre a derivação toponímica de "ILHA" não
há informação; entretanto, convém
recordar que, em documentos antigos, a Vila de Louriçal é referida
como" porto de Louriçal", permitindo pensar
na navegabilidade da Ribeira de Carnide e, um pouco mais próximo,
conhecemos o lugar de "Porto Lameiro".
E é Manuel da Costa Cintrão a dizer-nos que a Ribeira
de Seiça era navegável até à Marinha
das Ondas. Alguma conotação existirá com
este nome comum de "Ilha" já que, por associação,
outros nomes envolventes guardam um conservadorismo toponímico
como Mourisca, Espinheiras, Sobreira, Moitas Brancas, Ramos,
Silvas, Seixo, Pedrogueira, Leiroso, Chã, Lameiro, Lagoas,
Oliveirinha, Nasce Água, Água Formosa, Águas
Belas, etc., que induzem uma ligação forte com
nomes a lembrar o motivo da sua origem.
Uma coisa parece certa: a Ilha não terá sido povoada
antes do século XVI, pois ainda em 1757, toda a freguesia
de S. Mamede de Mata Mourisca não tem mais de 233 fogos.
Mas se a Ermida de S. João foi eregida na Ilha em 1677
e em 1709 é conhecido o Padre José Pedrosa como
daqui natural, pode concluir-se que o seu povoamento se tenha
iniciado nos primeiros quartéis do século XVII.
Hoje, contudo, olhamos para esta autarquia jovem e sentimos o
orgulho dum Povo que, desde a sua origem, tem mostrado uma luta
interessante e digna de respeito. Gente laboriosa, solidária
e audaciosa, lutou sempre pelos seus direitos e deveres, de tal
maneira que foi no associativismo que conseguiu os melhores resultados.
Foi assim que um grupo de rapazes, com vinte anos apenas, fundou
em 1924, a Filarmónica Ilhense, levando longe, desde então,
o nome da sua terra; na década de 1950, uma Comissão
de "homens bons" reuniu as vontades e pugnou, dentro
e fora, por melhores caminhos e vias de comunicação.
Com o mesmo espírito de unir as pessoas é criado
em 1971 o Rancho Etno Popular da Ilha. E é ainda com o
mesmo sangue que no segundo quartel do século XX muitos
jovens saem a transbordar vida ou à procura de mais, para
Seminários, Escolas, Cultura. Sendo pequena a Freguesia
da Ilha é, por certo, maior a sua alma. Alguma da razão
deverá encontrar-se na qualidade das Professoras da Escola
Primária que aqui estiveram desde 1931 e na convocação
da Igreja sempre presente desde o seu início e na qualidade
dos seus Pastores.
Solidária e empreendedora, soube agregar as gentes vizinhas
e construir bases para o bem comum: em 1972 é delimitada
a área do Campo para o Grupo Desportivo; em 1978 é inaugurada
a sede da Filarmónica e o Centro Clínico; uma igreja
e salão paroquial e recreativo são construídos
no centro geográfico, que são dos mais amplos da
Diocese de Coimbra; mais duas belas e espaçosas Capelas
são erguidas em lugares mais periféricos; em 1994 é inaugurado
o edifício da sede da Freguesia e Centro de Saúde;
em 1996 realiza-se a 1ª Feira de Mostras Económicas
e Gastronómicas (Tasquinhas), com data cumprida todos
os anos no início de Setembro.
Assim, o reconhecimento da sua maioridade chega naturalmente
em 24 de Junho de 1989 pela erecção em Paróquia
de S. José pelo Bispo de Coimbra e é aprovada pela
Assembleia da República como Freguesia Civil em 30 de
Junho de 1989.
A electricidade, a água ao domicílio, uma vasta
rede de estradas, um Posto Médico e Farmácia, uma
instituição financeira, escolas do 10 Ciclo, duas
Casas de Repouso, uma Creche e serviço domiciliário
para idosos, são bens essenciais já presentes nesta
Freguesia. A Ilha, com cerca de 2000 habitantes, no trabalho
vive e convive. Ocupa-se principalmente no sector primário,
na agricultura, na silvicultura e em alguma pecuária.
Também os materiais de construção e oficinas
auto têm razoável ocupação. Já tem
algum significado a população activa que trabalha
fora da terra.
Hoje, pode dizer-se que é bom viver na Ilha. Também
os seus filhos que escolheram a emigração aqui
voltam para descansar ou de visita, e se sentem muito bem. A
hospitalidade das suas gentes é uma das suas virtudes
maiores reconhecida pelas pessoas amigas que visitam esta terra
bendita. Contudo, "o sonho comanda a vida" e é importante
que esta pequena Freguesia continue a trabalhar, a estudar e
a sonhar...
|
|
|
|
|
|

|
|
|
Capela
de S. João - Iha de Baixo
|
|
|

Ermida
de S. João foi eregida na Ilha em 1677.
Mais tarde a reconstrução da mesma deu lugar a actual
Capela de São João.
|
 .
. . 
|
|
|
Capela
de São Brás em Agua Formosa
|
|
|
|
|
|
|