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Junta de Freguesia
História da Freguesia de Vermoil
Orago: Nª Senhora da Conceição


De origem Medieval, foi aqui fundado um hospício que mais tarde foi transformado em Hospital. Este foi entregue aos cuidados dos monges beneditinos pertencentes ao Mosteiro de Agras de Portela, termo de Vermoim. A acção dos monges beneditinos na região contribuiu de forma importante para o desenvolvimento da localidade, o que levou a população, reconhecida, a escolher para nome da terra a designação de "Alcamem de Vermoim". Este nome foi evoluindo até à designação actual da freguesia: Vermoil
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Leia também "Um olhar sobre o Passado" Texto de Joaquim Vitorino Eusébio publicado no Guia de Vermoil de 1999

A descobrir
 
 
 
História

A freguesia de Vermoil, após ter pertencido ao termo de Pombal durante mais de seis séculos, foi integrada no concelho de Leiria. Viria a ser desanexada em 1835 para regressar ao concelho de Pombal. O território de Vermoil era então mais extenso que o actual, já que compreendia na sua parte ocidental, vinte e quatro povoados que viriam, em 1 de Julho de 1952, a constituir a freguesia de Carnide. Em 31 de Dezembro de 1984, nova perda territorial com a constituição da freguesia das Meirinhas. Crê-se que a origem de Vermoil remonta a um período que se poderá situar próximo da Fundação da Nacionalidade. Nessa época existia aqui um pequeno e disperso povoado constituído por moçárabes, cuja ocupação era a pastorícia. O lugar aparece referenciado em documentos antigos como “Alcamem”, o que na etimologia árabe peninsular é sinónimo de freguesia.
A origem do topónimo Vermoil parece estar ligada ao nome da freguesia de Vermoim (concelho da Maia-Porto), em cujo termo existia no século XV, o Mosteiro de Agra da Portela, de monges beneditinos. Estes, desempenharam aqui em Vermoil uma acção tão meritória que o povo passou a chamar a este local o “Alcamen Vermoim” que posteriormente por fenómeno de desnasalização se tornou no actual nome.
Decorria o ano de 1465 quando foi aprovado o “Compromisso da Confraria dos Defuntos d’Alcamen” da qual dependia o albergue (Albergaria dos Doze), a leprosaria (Gafaria), o hospício e o cemitério murado próximo da casa do cura. O hospício e a leprosaria foram entregues à orientação e cuidado dos maiatos monges da Ordem de S. Bento, os quais com o maior empenho e devoção desenvolveram tão notável obra que conseguiram conquistar a admiração e simpatia das populações.
Em 1543, aquando da demarcação do concelho, o território de Vermoil foi enquadrado na Diocese de Leiria, sendo elevado a curato pelo bispo D. Braz de Barros, irmão do célebre historiador João de Barros.
No ano de 1656, o Cabido da Sé resolveu ampliar a pequena capela do curato, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, pagando a reparação da capela-mor, da sacristia e da casa do cura, deixando as restantes obras da nave à conta das participações dos paroquianos e da confraria. Quando, em 1835, se deu a desanexação do concelho de Leiria, Vermoil foi elevada a cabeça de julgado que englobava Louriçal e Abiul.
Lentamente, foi crescendo a importância da freguesia que mais se acentuaria com a construção da linha do caminho de ferro do norte e da rede de estradas rodoviárias, especialmente a que liga Porto a Lisboa.
Várias indústrias escolheram este território para se radicarem assistindo-se a uma grande diversificação de ramos, indústrias como as de cerâmica, as resineiras, as casquilheiras, as tanoeiras, a camionagem de carga, as hoteleiras e as de plástico.
Com impacto económico também as feiras, a mensal, e a do Bodo, realizada anualmente no ultimo fim de semana de outubro.
O património artístico da freguesia é constituído por duas igrejas e três capelas. A actual matriz é um templo amplo e moderno, constituído num local elevado de Vermoil.
Sobre a antiga Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição fala-nos Matos Sequeira no “Inventário Artístico de Portugal”: -”Fachada com algum interesse, mas sem primores arquitectónicos, formado por uma empena recortada, coroada por pirâmides ornamentais, janelão banal de coro, e torre lateral. Ao alto, sobre um registo de azulejos modernos, está, numa mísula, uma imagem antiga de pedra. Há uma porta lateral golpeada, de tipo manuelino. O templo tem somente uma nave coberta com um tecto de estuque formado por quarenta e quatro caixotões com alusões à ladaínha de Nossa Senhora. O tecto da capela-mor e dois colaterais com retábulos de talha moderna, e ainda uma capela lateral do Senhor dos Passos. O coro e púlpito, não valem qualquer menção. Um silhar de azulejos que cinta a igreja é também moderno. Não se encontraram alfaias nem paramentos de mérito. Apenas se registou um prato de oferta, holandês, de tipo habitual, com o diâmetro de 0,38 metros”.
A Capela de Nossa Senhora da Nazaré, situada no lugar da Ranha de S. João, pelas suas dimensões mais parece uma igreja. Foi remodelada em 1947. É de destacar a sua nave bem iluminada, com tectos de estuque e dois supostos altares laterais, sem retábulo. Os altares colaterais são ornamentados por duas esculturas em pedra, do século XVI, figurando uma, a Virgem e outra representando S. Jorge a matar o dragão.
Sobre a terceira capela escreve o Guia de Pombal que “Historicamente existe uma outra capela de pequenas dimensões, que tem o nome de Capela de Santo António, mandada edificar pelo escritor e historiador João de Barros, onde esteve sepultado algum tempo, tendo sido posteriormente transferidas as suas ossadas para o Mosteiro de Alcobaça. É sabido que D. João de Barros viveu durante vários anos nesta freguesia, mais propriamente na quinta das Ferrarias, hoje dividida em várias quintas”. (...)

Fonte

 
Vermoil - Um olhar sobre o passado

Introdução
As origens de Vermoil perdem-se nas brumas do passado e sobre elas pouco ou nada se sabe. Apenas o estudo aprofundado nos arquivos e o trabalho aturado dos arqueólogos poderá trazer mais elementos ao nosso conhecimento. E cabe aqui registar, como um magnifico exemplo, o que se está a fazer em Telhada, na zona da Calvaria, onde os vestígios estudados por João Pedro Bernardes, demonstram uma ocupação romana datando dos finais do século I ou inícios do século seguinte.
Os primeiros elementos que dispomos referem-se já a Idade Moderna. De facto, e segundo O Couseiro ou Memorias do Bispado de Leiria, existia na freguesia de Vermoil uma confraria de defuntos, designada por confraria de Alcamem, cujo compromisso terá sido redigido em 1465. Esta mesma informação será mais tarde transcrita por Pinho Leal, no seu Portugal Antigo e Moderno. Aldeia pequena, sem duvida, se atentarmos no facto de em 1527 ter apenas 9 vizinhos - entenda-se 9 chefes de família. A população continuará a ser diminuta, pois dois séculos mais tarde, em 1721, indica-se a existência de 11 vizinhos na vintena (divisão administrativa) de Vermoil, Netos e Ordem.
Nas Memórias Paroquiais de 1758 é-se um pouco mais preciso: «Compreende somente as cazas da residência dos Parochos e unicamente hum vizinho, cujos moradores e familiares fazem dez pessoas». Próximo fica um conjunto de aldeias «a que se chamam o Ramo da borda». Pertencem a freguesia de S. Tiago. «contudo seu jazigo nesta freguezia de Vermoil aonde se vem sepultar e aos Parochos desta mesma freguezia pertence fazer-lhes o primeiro officio e receber as offertas a elles pertencentes na forma da constituição do Bispado».

A população
(…) Ouve uma tendência natural de crescimento da população apenas quebrado com as vicissitudes decorrentes das invasões francesas, da guerra civil liberal, do impacto da 1" Guerra Mundial e do êxodo migratório na 1" metade do século XX para o Brasil e na 2ª metade para a Europa Central.
No que se refere a 3ª invasão, e segundo a relação mandada fazer pelo bispo de Leiria D. Manuel de Aguiar, terão sido mortas em Vermoil directamente pelos franceses 42 pessoas, tendo morrido posteriormente, devido a peste e a fome subsequentes, 744 pessoas e outras 34 ter-se-ão ausentado.
Também teve impacto na população a cólera morbus que deflagrou em 1833 e em meados de 1856. Nesta ultima data mais de 4 dezenas de pessoas de Vermoil sucumbiram ao seu efeito.
Apesar de o concelho de Pombal, no seu conjunto ter uma densidade populacional inferior a da média do distrito de Leria (81,9 habitantes por quilómetro quadrado), Vermoil possui uma densidade razoável – 113,9 habitantes por quilómetro quadrado).
Uma chamada de atenção se impõe. Quando fazemos referencia a freguesia de Vermoil, ela englobava Meirinhas, Carnide, Ranha. Carnide ir-se-á constituir como freguesia em 1953.
Por outro lado quando falamos da freguesia de Vermoil, temos que ter consciência que a sua incorporação no concelho de Pombal e relativamente recente.
Ate ao século passado, a quase totalidade do território de Vermoil fazia parte do concelho de Leiria, como de resto acontecia as actuais freguesias de Albergaria, de S. Simão, das Meirinhas e de Carnide.
Por seu turno, o Concelho de Pombal ocupava alem da actual freguesia de Pombal, as freguesias da Pelariga, de S. Tiago, de Vila Cã e uma pequena parte de Vermoil e confrontava com os Concelhos da Redinha, Soure (Almagreira pertencia a este Concelho). Louriçal (a que pertenciam as freguesias actuais da Mata Mourisca: Carriço. Guia e Ilha. Leiria (a que pertenciam as actuais freguesias de Albergaria, S. Simão, Vermoil, Meirinhas e Carnide), Ourém e Abiul.
Esta fisionomia ira alterar-se em 1834, após o triunfo do Liberalismo, sendo Vermoil e S. Simão de Litém integradas no concelho de Pombal. Por seu turno, Vermoil será desanexado de Carnide que passara a freguesia em 1952 e das Meirinhas em 1984.

Texto de Joaquim Vitorino Eusébio (in “Guia de Vermoil”- 1999)

 
 
Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição
 
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A Igreja de Vermoil

A freguesia de Vermoil tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição. Ignora-se a data da fundação da sua Igreja Paroquial. Apenas se sabe que é anterior ao século XVII, pois em 1656 e concedida licença para nela se dizer missa, uma vez que acabara de ser reconstruída. Segundo o Couseiro, «os freguezes d'esta egreja todos os annos, na primeira segunda-feira depois do dia de S. Miguel, de Setembro, vem, em procissão, a N. Senhora da Encarnação; e o fazem mais vezes, se a necessidade d'agua e grande ou a chuva persevera muito, e se tem visto fazer-lhes a Senhora por varias vezes, a mercê que lhe vinham pedir.»
Julgamos ser muito interessante a descrição da imagem da padroeira e da igreja, conforme consta das Memórias Paroquiais de 1758:
« O Orago desta Parochia he a Virgem Nossa Senhora da Conceição, a qual Imagem de pão dourada sobre azul com sua coroa de prata na cabeça. Fica a Imagem desta Imaculada Senhora colocada na capella mor á parte do Evangelho em hum nicho entre duas colunas da tribuna e de parte da Epystola em correspondencia fica em outro nicho a Imagem de Santo António. Aqui fica o Altar Mor, e junto delle se levanta hua tribuna de talha dourada muito bem feyta com seu trono muyto bem pintado para as expozições do Santíssimo Sacramento, e logo entre o trono e o Altar Mor fica o Sacrário feyto de talha dourada (...).
He a Capella Mor feyta de abobada de madeyra branqueada com suas pinturas em circuito e no meyo do tecto esta muito bem lançada hua tarja com a Senhora da Conceição pintada nos lados desta Capella a parte do Sul e Norte ficao duas janellas com suas vidraças e nos mesmos lados em correspondencia ficao duas portas, hua para a Sachristia, que fica a parte do Sul e outra para hum corredor que yay para o Pulpito que fica no corpo da Igreja a parte do Evangelho feyto de madeyra muito bem pintado.
Abayxo da Capella mor ficao os dous Altares colateraes em igual correspondencia; e da parte do Evangelho do Minino JESUS, cuja Imagem he de vulto, a qual esta collocada em hum nicho de pedra, e da parte da Epistola he de S. Sebastiam, e que tambem fica em outro semelhante nicho. No corpo da Igreja a parte do Evangelho fica o terceiro Altar com huma Imagem bastantemente grande do Senhor Crucificado, e por isso se chama este. Altar do Santo Christo ornado com suas cortinas de damasco encarnado.
Da parte da Epystola em correspondencia fica o Altar da Snra. do Rozario com sua tribuna de talha dourada aonde esta colocada a Imagem da Senhora com sua coroa; tambem este Altar esta ornado com suas cortinas; e logo immediatamente abayxo fica o Altar com o retabulo das Almas e por isso se chama o Altar das Almas.
(...) Nam tem esta Igreja naves, toda ella he de abobada de madeyra branqueada, e em cada hum dos lados tem duas janellas pellas quais se lhe comunica bastante luz; da parte dereyta fica o Baptisterio em hua caza separada, e da outra parte fica hua porta para a Torre dos Sinos feyta de abobada redonda; tem dous sinos hum do Senhor o outro das Almas e huma garrida pequena.
Tem sette Irmandades a saber
1ª Irmandade do Santíssimo Sacramento
2ª Irmandade da Sra. do Rozario
3ª Irmandade do Menino JESUS
4ª Irmandade do Santo Christo
5ª Irmandade das Almas
6ª Irmandade de S. Sebastiam
7ª Irmandade do Espírito Santo.»


Segundo esta fonte «esta Freguezia nam experimentou ruina total nem considerável no Terremoto de 1755 seja Deus bemdito. Somente nas paredes da igreja se percebem algumas fendas e a parede do frontespicio algum tanto desunio; as piramides da Torre se sacudiram de seos lugares e duas se estalaram; os telhados correram de sorte que ficaram as madeyras descobertas: as colunas em que se sustenta o Alpendre da igreja se inclinaram a huma parte; porem tudo isto esta ja reparado a custa da fabrica da igreja».
Segundo o Couseiro, «havia n' esta parochia um hospital, juncto da egreja parochial, abaixo das casas do cura; constava de duas casinhas, junctas e um chouso (pequeno campo, tapado sobre si), que ainda ha, e que tinha outra fazenda, da qual anda de posse a fabrica da egreja, e n’ella se despende a renda, e não consta com que auctoridade se extinguio o hospital, nem com qual se annexou sua fazenda a fabrica nem das obrigações que tinha, nem de quem o fundou.»

O padre da freguesia tinha direito a 20 alqueires de trigo, 25 almudes de vinho e 5.000 reis em dinheiro, passando mais tarde (século XIX) 0 vigário a receber 50 mil reis, 34 alqueires de trigo, 25 almudes de vinho, 105 alqueires de milho, 12 mil reis de congrua e 6.680 reis de pé de altar e o seu coadjuctor 30 mil reis de vencimento, 180 alqueires de milho e 6 mil reis de congrua. Por seu turno, o Questionário histórico-geográfico e socio-económico elaborado em 1907 e que se conserva no Arquivo Distrital de Leiria diz-nos que nos inícios do nosso século, a congrua e Pé d' Altar rendiam 10 alqueires de milho cada fogo, correspondendo o Pé d' Altar a 100 mil reis. O total do rendimento do pároco era de 562 mil reis e dispunha de passal e de residência paroquial.
A população pagava o dízimo a igreja sobre o pão, os legumes, o azeite., indo um terço do pão para o bispo de Leiria, outro terço para a fabrica da igreja e o restante terço para o bispo de Coimbra - uma vez que o rio separava os dois bispados.
O Questionário de 1907 fornece-nos os calendários das festas: - a de S. Sebastião, no dia próprio; a da Senhora do Rosário em Maio; a do Corpo de Deus no dia próprio; a de S. António no 3° Domingo de Junho: a do Coração de Jesus em Outubro; a da Senhora da Conceição em 8 de Dezembro.
Nas capelas a de Nossa Senhora em 2 de Fevereiro e a do Profeta Elias em 25 de Junho em Carnide; a da Nossa Senhora da Nazaré na Ranha de S. João e a de Nossa Senhora das Dores nas Meirinhas.

Mesmo no seio da própria igreja podiam surgir conflitos, como e o que aconteceu entre o pároco do Feijoal e o de Vermoil. Não resistimos a transcrever o despacho do vigário capitular Andrade de Mesquita, datado de 12 de Outubro de 1852: - «Constando-me do escandaloso procedimento do Reverendo Padre José Ferreira do lugar do Feijoal, da freguesia de Vermoil, desacatando seu Reverendo Parocho na própria Igreja Parochial, impedindo-o de suas funções, com notória inquietação dos freguezes: Hei por bem authorizar como authoriso o Reverendo Tezoureiro Mor da Se Catedral Jacinto António Crespo da Cruz para ir a referida Parochia de Vermoil e no primeiro dia festivo falar ao povo da mesma, exhortando a obediência e respeito ao Reverendo actual Parocho Padre Manuel Amaro e por essa ocazião, da mesma parte e por minha ordem, suspenda do exercício de todas as suas ordens ao dito Reverendo Padre José Ferreira, cuja suspensão se fará constar ao mesmo povo; reservada a absolvição ao Excelentíssimo Senhor Internuncio, tendo reparado o escândalo e dando provas de sincera penitencia.»
As confrarias anteriormente mencionadas, deixarão de existir, conforme informa o Administrador do Concelho de Pombal o Governador Civil em 1868:- «(…) na freguezia de Vermoil nao ha confraria ou irmandade alguma, apenas a Junta da Parochia e administradora dos bens deixados pelos fieis as A]mas ou Egreja, (…) por uzo e costume e celebrado um officio annual pelas a]mas »
Esta mesma Junta da Paroquia de Vermoil decide que se não devem cobrar os enterros, conforme refere em carta ao Administrador do Concelho de Pombal a 12 de Fevereiro de 1869:- « (...) Nunca foi uso nesta freguesia o pagar-se cousa alguma dos enterramentos neste cemiterio, por isso que o cemiterio foi feito toda a custa do povo, para nelle ser enterrado gratuitamente e se a Junta fosse estipular certa quantia aquellas pessoas que nelle se enterrassem, isso traria com sigo nesta freguesia graves desordens do povo para com a Junta da Parochia e sobretudo para com o Parocho e para evitar desordens na freguesia a Junta delibrou que se nao pedisse cousa alguma dos enterramtos.»

 
(antiga) Ermida (actual) Capela de Nossa Senhora da Nazaré - Ranha de S. João
De destacar uma pequena escultura de São Jorge a matar um dragão.
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Capela de Santo Antonio
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João de Barros

Historiador e escritor

Nascido provavelmente em Viseu em 1496; f. em Pombal em 20 de Outubro de 1570.

Filho natural de Lopo de Barros, corregedor da comarca do Alentejo em 1499, nasceu possivelmente em Viseu, ou em Braga. Moço do Guarda-roupa do príncipe D. João, futuro D. João III, foi nomeado em 1525 tesoureiro das Casas da Índia, Mina e Ceuta, e em 1533 foi nomeado feitor das Casas da Guiné e Índias, cargo que exerceu até 1567. Na época que mediou as nomeações, viveu em Pombal, fugindo da peste que assolou Lisboa em 1530 e evitando as consequências do grande terramoto de 1531 que destruiu a capital.

Nesse ambiente calmo da Quinta do Alitém, parte do dote da sua mulher, contando 24 anos de idade, publicou em 1530 uma novela de cavalaria com o título Crónica do Imperador Clarimundo, contando a história de um antepassado legendário dos reis de Portugal. Mais tarde, em 1532, publicaria a Ropica Pnefma (Mercadoria Espiritual), obra declarando defender a pureza da fé cristã, mas que de facto está muito próximo das posições de Erasmo de Roterdão, criticando mas sem abandonar o catolicismo, o que fará com que fosse colocada no «Índex» em 1581, e no ano seguinte escreverá um Panegírico de D. João III.

Em 1535, quando foram criadas as capitanias brasileiras, D. João III doou-lhe uma das doze criadas, com cinquenta léguas de largura ao longo da costa, na foz do Amazonas. Decidiu equipar uma expedição para ocupar o território doado, com o apoio de Aires da Cunha e Álvares de Andrade, outros dois beneficiados com capitanias, que terá sido composta por dez embarcações, com novecentos homens, sob o comando do primeiro dos capitães. A frota saiu em fins de 1535, dirigindo-se para o norte do Brasil mas foi destruída na barra do Maranhão, tendo a maior parte dos participantes sido morta. Este desastre deixou João de Barros bastante empobrecido.

Entretanto, publicou em 1539 uma cartilha conhecida como Cartinha de João de Barros, e em 1540 publicou O Diálogo de João de Barros com dois filhos seus sobre preceitos morais e a Grammatica da língua portuguesa obra acompanhada do Diálogo em louvor da Nossa Linguagem.

A sua principal obra, As Décadas, escritas de acordo com uma sugestão do rei D. Manuel, após ter publicado o Clarimundo, apareceu em 1552, saindo somente mais duas em vida do autor, a segunda no ano seguinte, e a terceira em 1563. Uma quarta, de autoria um tanto questionável, foi impressa em 1613.

As Décadas não lhe ocupavam todo o tempo, e em 1556 organizou nova expedição ao Maranhão, em que participaram dois dos seus filhos, que, se foi mais feliz, porque conseguiu regressar, depois de ter combatido com corsários franceses e índios., não conseguiu cumprir de novo o objectivos de criar condições para a colonização da capitania.


in: O Portal da Historia

ver também : http://joaodebarros.tripod.com/main.htm

João de Barros e Vermoil

Conhecida se tomou a quinta de S. Lourenço, próxima da estação de Vermoil, por nela ter vivido um dos maiores vultos das nossas letras do século XVI. Referimo-nos a João de Barros, insigne autor das «Décadas da Ásia» e figura de destaque no aparelho administrativo português, pois foi feitor da Casa da Índia entre 1533 e 1567. Em 1540 pede licença ao bispo de Coimbra, D. Jorge de Almeida, para levantar altar na capela da sua quinta de São Lourenço. O bispo emite o despacho seguinte:
« Dom Jorge d' Almeida por mercê de Deus e da santa egreja de Roma, bispo de Coimbra conde d' Arganil aos quantos esta nossa carta de licença e autoridade para alevantar altar virem saude em Jezus Cristo nosso senhor fazemos saber que João de Barros fidalgo da casa d'el-rei nosso senhor nos enviou dizer por sua carta que ele e sua mulher tinham feito de novo uma irmida da invocação do bem aventurado santo António na sua quinta da Ribeira de Litem termo da vila de Leyria. E por quanto nela não podia alevantar altar sem nossa especial licença nos pedia q Iha quizessemos para isso dar por quanto elles e seus herdeiros que na dita quinta se achasem a teriam repayrada de todo necessario em tanto que a dita quinta durar visto por nos seu requeremento avendo respeito a sua obra de tanto serviço a nosso senhor e memoria e louvor a este glorioso santo por esta presente avemos por bem de Ihe dar como de fato damos a licença que se possa na dita irmida de Santo António alevantar altar de pedra fixo e no qual damos licença que se possa celebrar e dizer missa para sempre, isto sem prejuiso da egreja matriz e com tal condição que eles edificadores a tenham reparada de pedra e cal madeira pregadura e com sua telha e portas bem fechadas assim eles como seus herdeiros que pelo tempo forem da dita quinta e sendo caso que caya toda ou parte d'ela eles ditos João de Barros e sua mulher e erdeiros a tornem a fazer de novo parte d' ela ou toda e a tenham e mantanham de todos os ornamentos convenientes e necessarios para certeza e lembrança da qual mandamos se faça a presente com o nosso synale e selo (...) da nossa camara aos vinte e cinco dias do mez de junho de myle quinhentos e quarenta anos. Bispo Conde»
A quinta de S. Lourenço foi-lhe doada quando se casou com Maria de Almeida, filha de Diogo de Almeida, titular da Quinta das Ferrarias em S. Simão de Litém.
Em 1567, João de Barros decide retirar-se da corte e veio viver para a sua quinta. Aqui faleceu a 20 de Outubro de 1570, sendo sepultado na ermida de S. António (Quinta dos Claros, freguesia de Vermoil) que ficava próxima da quinta e por si mandada construir. Mais tarde, em 1610, o seu afilhado D. Jorge de Ataíde, bispo de Viseu (de onde o autor das Décadas da Ásia era natural) e abade comendatário de Alcobaça, faz a sua trasladação para aque1e.
Julgamos que a família da esposa de João de Barros pertenceu igualmente Gustavo de Almeida Sousa e Sá, figura com certo prestígio no novo regime liberal. Assim, e segundo Pinho Leal, nasceu em Pombal em 1804. Foi feito Barão de Claros em 15 de Dezembro de 1870. Faleceu em Pombal em 22 de Dezembro de 1875. Foi em 1821 praça vo1untario no regimento de infantaria 15 e nesse mesmo passa a a1feres. Depois foi major do batalhão nacional de caçadores de Leiria, deputado as cortes pelo circulo de Pombal, comandante do Batalhão de Caçadores nº 6 por bastantes anos, vogal do conselho supremo de justiça militar e governador da praça de Elvas. Foi conselheiro, comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e cavaleiro da ordem de S Bento de Aviz. Em 1846 e regedor da paroquia de Vermoil, sendo um dos mais abastados proprietários do concelho de Pombal.

 

 

In " Guia de Vermoil" 1999 (gentilmente cedido pela Junta de Freguesia de Vemoil)

 
 
Casa da Quinta dos Claros
Casa onde viveu o escritor João de Barros
 
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