As barracas
                  que albergaram, durante muitos anos, a comunidade de etnia
                  cigana de Pombal começam a ser demolidas amanhã.
                A operação deverá ocorrer em duas fases.
                As primeiras barracas são demolidas amanhã e as
                restantes na próxima segunda-feira, de acordo com as previsões
                do vereador do pelouro da Acção Social. “A última
                demolição está prevista para a segunda semana
                de Setembro em virtude de uma situação pontal de
                luto de uma família”, esclareceu.
                A comunidade de etnia cigana já começou a ser realojada
                no novo bairro social “Margens do Arunca”. As mudanças
                ocorreram durante o final da semana passada e início desta
                semana. O realojamento foi antecipado uma semana. O vereador
                Pedro Martins esclareceu que a antecipação só foi
                possível “porque o empreiteiro entregou as chaves
                mais cedo que o previsto”.
                Confrontado com as suas próprias previsões sobre
                a forma como irão ocorrer as demolições,
                Pedro Martins acredita que será um acto pacífico. “A
                câmara tem uma declaração assinada pelos
                ocupantes das barracas como autorizam a sua demolição”,
                esclareceu. No caso de ocorrer alguma ocupação
                indevida, os intrusos serão expulsos. “Se oferecerem
                resistência, a câmara pode pedir a intervenção
                das autoridades policiais”, explicou. O bairro social é composto
                por 55 casas. A câmara já entregou 52 chaves e deverá entregar
                mais três a famílias que vivem em espaços
                alugados. Neste momento há cinco candidatos para três
                casas. “As duas famílias que ficarem de fora irão
                manter-se em casas alugadas”, disse.
                A chegada às novas casas foi acompanhada pela emoção.
                O Correio de Pombal registou sorrisos estampados no rosto de
                homens e mulheres que esperaram mais de duas décadas por
                uma casa digna desse nome. Cremilde Perrulas, de 57 anos, residiu
                25 anos numa barraca. “Estou muito contente”, confessou.
                Mas como não há bela sem senão, Cremilde
                Perrulas aponta algumas lacunas do novo bairro. A falta de acessos
                pedonais lidera a lista das queixas. Na mesma lista, a comunidade
                juntou a existência de ratazanas e uma raposa.
                A suposta existência destes mamíferos roedores foi
                justificada por Pedro Martins como resultado da limpeza do rio. “O
                rio foi alvo de uma intervenção e é possível
                que alguns animais tenham fugido em direcção ao
                bairro”, esclareceu. O vereador garantiu que será feita
                uma desinfestação.
                Para breve, está prevista a construção de
                um muro de protecção junto à margem do rio
                Arunca e uma ponte rodoviária de acesso à Zona
                Industrial da Formiga. A ponte já foi adjudicada e deverá ficar
                pronta até ao final do ano.