Leiria, 14 Fev (Lusa) - A Associação de Pais
                  do Instituto D. João V (IDJV) no Louriçal, Pombal,
                  acusou hoje a direcção pedagógica do estabelecimento
                  de ensino de estar ilegalmente a cobrar o transporte de crianças,
              coagindo os pais a pagar.
                                  Em carta enviada no dia 30 de Janeiro à ministra da
                  Educação, a que a agência Lusa teve hoje
                  acesso, a Associação de Pais frisa que a direcção
                  pedagógica decidiu "passar a cobrar o transporte
                  de crianças que se encontravam fora da área pedagógica,
                  omitindo a situação no acto de matrícula,
              conforme decorre da lei". 
                Na carta, Manuela Ramos, presidente da Associação
                  de Pais do IDJV, afirma desconhecer a razão pela qual
                  a direcção da escola decidiu, em Outubro, "já no
                  decurso das aulas, comunicar aos pais, através dos motoristas
                  dos autocarros, de que teriam que efectuar o referido pagamento". 
                "A maioria dos pais, desconhecendo a lei, procedeu ao
                  seu pagamento, mas houve uma minoria que se recusou a pagar" e
                  acabou por informar a Associação de Pais do sucedido. 
                A escola é ainda acusada de coagir os encarregados
                  de educação a pagarem o transporte "chegando
                  mesmo a tomar medidas extremas, como por exemplo, retirar o
                  dinheiro dos almoços do cartão escolar (tipo
                  multibanco) das crianças, como forma de pagamento ".
                "Desprevenidas, sem saldo no cartão e desconhecendo
                  esta atitude por parte da escola, [as crianças] ficaram
                  sem poder tomar a sua refeição, o que se traduz
                  num verdadeiro atentado à dignidade humana", sublinha. 
                Na missiva, a responsável da Associação
                  de Pais exige a intervenção "adequada e
                  atempada" da ministra Maria de Lurdes Rodrigues e acrescenta "estranhar" a
                  actuação da Inspecção-Geral de
                  Educação do Centro (IGEC). 
                A Associação de Pais contactou a IGEC, solicitando
                  a sua intervenção, mas, acusa Manuela Ramos,
                  a inspectora encarregue da investigação terá,
                  alegadamente, "contactado pais, segundo critério
                  dado pela direcção pedagógica [do Instituto
                  D. João V]", a entidade fiscalizada. 
                Manuela Ramos frisa que é a associação
                  de pais "representante legal dos pais e encarregados de
                  educação" que tem de se pronunciar, garantindo
                  que aquela não foi oficialmente contactada pela IGEC
                  na sequência da queixa. 
                "Esperamos não estar perante uma situação
                  promíscua", frisa a presidente da associação
                  de pais, ameaçando recorrer, se necessário, às
                  instâncias judiciais. 
                A agência Lusa tentou obter uma reacção
                  de Daniela Moço, directora pedagógica do Instituto
                  D. João V, mas fonte do estabelecimento de ensino básico
                  e secundário disse que aquela responsável se
                  encontrava ausente. 
                Não foi igualmente possível obter, em tempo útil,
                  uma reacção do Ministério da Educação
                  sobre a denúncia enviada à ministra Maria de
                  Lurdes Rodrigues.