A imagem do tractor que viu a poucos metros de sua casa não
                  lhe vai sair da memória tão cedo, assim como
                  estrondo que ouviu a seguir. Carminda Marques estava à porta
                  de casa, ontem, em Feteira, freguesia de Carnide, concelho
                  de Pombal, pelas 09h30, quando um agricultor, que conduzia
                  um tractor, embateu no muro de um poço, caindo para
                  o seu interior. O homem, de 67 anos, acabou por não
                  resistir aos ferimentos graves. 
                  “
                  Vim a correr para ver o que se passava, mas já nada
                  havia a fazer”, recorda. João Pereira dos Santos
                  encontrava-se à superfície da pouca água
                  que se encontrava no fundo do poço, mas apresentava
                  traumatismos graves, bem visíveis. “São
                  coisas que não têm explicação, acontecem
                  e pronto”, acrescentava o cunhado, Manuel da Silva, que
                  se mostrava comovido com o acidente e a perda de um ente próximo.
                  Por necessitar de ir ao banco, não se encontrava na
                  povoação, no momento da tragédia. A má notícia
                  espalhou-se rapidamente e surpreendeu Manuel da Silva. “Vim
                  logo que pude, o mais depressa possível. Mas já ninguém
                  conseguiu salvar o meu cunhado”, recorda, junto ao poço,
                  onde a violência do acidente deixou marcas: os tijolos
                  da parede que envolvia o poço partiram-se, tendo o tractor
                  tombado na totalidade para dentro do poço. Sem perceber
                  como se desenrolou o acidente, o cunhado conta que o agricultor,
                  ex-emigrante em França, costumava cultivar em algumas
                  propriedades que tinha, conduzindo a máquina, embora
                  tivesse já algumas “limitações físicas
                  num braço e na vista”. “Apesar de tudo,
                  tinha muita agilidade. Eu até ficava admirado como é que
                  ele conduzia o tractor e um carro que utilizava para ir à missa,
                  ao domingo”, adianta. 
                  Ontem, uma precipitação ou uma falha da máquina
                  foram fatais, admitiram os bombeiros. Segundo este familiar,
                  a vítima encontrava-se num terreno, à beira da
                  estrada, que “pertence a uma cunhada”. “Não
                  consigo compreender o que aconteceu, foi uma fatalidade”,
                  acrescentou Manuel da Silva.
                  No local, estiveram seis elementos da corporação
                  de Pombal, com três veículos.