Desentendimentos
                  entre o pároco da Guia, António
                Nogueira, e algumas instituições da freguesia têm
                marcado, nos últimos tempos, os dias da Freguesia. A gota
                d’ água terá ocorrido há cerca de
                uma semana e meia quando, ao final da missa do passado dia 24
                de Junho, o pároco aproveitou a ocasião para endereçar
                críticas à Junta de Freguesia e Escuteiros.
                De acordo com o Jornal de Leiria, António Nogueira acusou
                o presidente da junta e a freguesia de votar contra uma candidatura
                do Centro Social Paroquial Maris Stella ao Programa de Alargamento
                da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), numa reunião
                do Conselho Local de Acção Social (CLAS) de Pombal.
                Segundo O ECO conseguiu apurar, durante a reunião, realizada
                no passado dia 19 de Junho, foram analisadas 16 candidaturas
                e, de acordo com o vereador da Acção Social, Pedro
                Martins, nenhuma foi chumbada. “É mentira que a
                Junta da Guia votou contra alguma candidatura. A junta absteve-se
                em todas”, afiançou, acrescentando que “pontuamos
                as candidaturas e todas tiveram um parecer positivo, de acordo
                com as prioridades definidas no Plano de Desenvolvimento Social”.
                Contudo, na reunião, a apresentação de uma
                opinião, por parte da Junta de Freguesia, que aconselhava
                a associação ACUREDE para o apoio à infância
                e o Maris Stella à terceira idade, terá desagradado
                o pároco da Guia. Em declarações ao JL,
                o autarca da Guia referiu que, “foi com surpresa que li
                nas folhas de avisos semanais da paróquia uma referência
                ao presidente da junta diabólico” e que “o
                padre serve-se do altar para difamar, injuriar e mentir”.
                Contactado pel’O ECO, Manuel António afirma que “não
                tenho mais nada a declarar. O que tínhamos a falar foi
                dito na Assembleia de Freguesia na sexta-feira passada, onde
                apresentámos os factos”. O autarca adiantou ainda
                que vai fazer chegar à população “um
                comunicado a dar conta da nossa posição (junta),
              face a esses tristes acontecimentos”.
              Escuteiros sem promessas
              Mas, o desentendimento
                  não fica restrito à Junta.
                Também o agrupamento de escuteiros locais tem sido atingido. É que,
                há cerca de dois anos, mais de três dezenas de jovens
                aguardam pela promessa escutista. “Ele já disse
                que está, e cito, ‘farto das vossas macacadas’,
                que somos mal-educados e, inclusivamente, uma das raparigas teria
                tentado bater-lhe e que ele teria 22 testemunhas disso”,
                afirmou uma escuteira que preferiu não identificar-se.
                Segundo a mesma fonte, o pároco teria dito que estava “farto
                que lhe passassem por cima” e que já teria tido
                também problemas na Ilha e Mata Mourisca. “Há pessoas
                que criam o seu castelo e, quando as coisas não são
                como querem, vai tudo abaixo”.
                O chefe do Agrupamento de Escuteiros 471, Pedro Neves, explica
                que “tínhamos falado com o bispo a 25 de Maio e
                ficou acertado que as promessas seriam a 24 de Junho. Cerca de
                três dias antes recebi um telefonema do Bispo que pedia
                para que as promessas não fossem feitas e que dali a um
                mês estaria tudo resolvido”. De acordo com este responsável, “nunca
                passámos por cima do pároco” e que este teria
                já feito promessas anteriormente, “mas sempre contrariado”. 
              Acurede “não
              tem nada contra”
              O presidente
                  da ACUREDE, António Conceição,
                afirmou a O ECO que “não temos nada contra a Maris
                Stella, nem contra o senhor padre. Só achamos que não
                devia ser prejudicada uma associação que, há 20
                anos, tem uma creche, porque a Segurança Social não
                vai atribuir duas candidaturas dessas a uma freguesia”. 
                António Conceição refere ainda que “apenas
                ouvi falar que ele teve palavras más em relação
                ao presidente da Junta de Freguesia. Acho que o padre, ao invés
                de unir, começou a tentar separar os escuteiros, a filarmónica
                e agora está a tentar fazer o mesmo com a Acurede, mas
                não vai conseguir”.
                Contactada pelo nosso jornal, a Diocese de Coimbra prefere não
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