O acidente
                  aconteceu na terça-feira, pelas 21h30, em
                Ranha, numa recta com iluminação, mas o condutor
                do ligeiro – um Opel Combo – não conseguiu
                evitar o atropelamento. Quando os bombeiros chegaram, a menina “já estava
                sem sinais vitais”, disse ontem o adjunto de comando dos
                Voluntários de Pombal, Paulo Albano, adiantando que, apesar
                disso, foi feita “reanimação cardiopulmonar
                até ao Hospital de Leiria, onde viria a ser confirmada
              a morte”.
              Nas escadas
                  de acesso ao primeiro andar da moradia, situada a cem metros
                  do IC2, onde Sandra Andrade, de 30 anos, e o marido,
                Paulo Gomes, de 29, viviam com a filha, ficou uma das sandálias
                da Inês. “Perdi a minha menina, antes tivesse morrido
                eu!”, foram as primeiras palavras da mãe para a
                vizinha Georgina Pascoal. 
              “Já era de noite quando a menina esteve connosco,
                deu um beijo ao meu marido, brincou com os gatos e antes de ir
                para junto da mãe pediu um pedaço da broa que eu
                costumo cozer”, contou Georgina Pascoal, de 72 anos, realçando
                que Inês era “linda, parecia uma estrela, e irrequieta”.
              Abalada com
                  a tragédia, Sandra Andrade contou que a filha “adorava
                o Noddy”. Por isso deixou-a no quarto a ver mais um episódio,
                enquanto telefonava ao marido, funcionário numa empresa
                de pavimentos de Pombal e actualmente em França.
              “Deixei de ouvir a Inês e como tinha a porta aberta
                fui à sua procura, pois não era a primeira vez
                que se escapava para a rua – da última vez foi uma
                vizinha que a levou a casa – e nessa altura ouvi um grande
                estrondo”, contou Sandra Andrade, adiantando que se dirigiu
                de imediato para o IC2. “Vi logo a camisola dela, mas não
                me consegui aproximar. Caí no chão como morta!” Sandra
                foi assistida no Hospital de Leiria, em choque. O condutor, de
                56 anos, residente no Porto, também foi à unidade
                de Saúde, para fazer os testes de despistagem de álcool
                e droga.
              
              (Isabel Jordão,
                    Leiria)