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História
da Freguesia de Pombal
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Orago:
São Martinho
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A partir do Castelo de Pombal, fundado
pelos Templários sob mestria de Gualdim
Pais, o espaço da história e do património,
internaliza o sítio do burgo pombalense e o núcleo
original da primeira expansão da freguesia. Aqui estão
bem patentes as marcas deixadas por uma história riquissima,
onde se denotam as influências de grandes senhores, como
os Condes de Castelo
Melhor que mandaram construir a Igreja
do Cardal e o Convento de Santo António, e o Marquês
de Pombal que aqui mandou construir o Celeiro e
o edifício da Cadeia. Do primeiro
surto industrial que colocou Pombal na posição
de foco nacional principal na transformação de
produtos resinosos, denotam-se as marcas deixadas pela instalação
de edificações com reconhecido interesse patrimonial,
dos quais ainda hoje é possível apreciar elementos
que se conservaram.
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A
descobrir
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A
memória mais antiga da cidade. Foi mandado
construir por Gualdim Pais, cavaleiro da Ordem dos
Templários. No século XVI passou a
ser residência do alcaide-mor e com as invasões
francesas foi arruinado. É hoje uma das mais
bem preservadas fortalezas militares do país.
O
Castelo de Pombal localiza-se, em posição
dominante sobre um outeiro, na cidade que lhe dá o
nome, em Portugal.
Embora se ignore a data precisa, acredita-se que este castelo
foi erguido juntamente com outros, à época da Reconquista,
no século XII, pelo Mestre do Templo, Gualdim Pais, de
acordo com inscrição lapidar datada de 1171, no
Castelo de Almourol. Efetivamente o de Pombal obedece às
mesmas linhas arquitetónicas características dos
templários, presentes nos de Almourol, Idanha, Monsanto,
Tomar e Zêzere, seus contemporâneos.
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Embora
historicamente não tenha estado diretamente
envolvido em campanhas maiores, esteve em alerta quando
da contra-ofensiva muçulmana que, no século
XII, atacou Santarém e, atravessando a região
do Alto Alentejo, assolou Coruche e Abrantes, e de
outra, posterior, que atacou Tomar e arrasou Leiria.
Em 1334 passou para a Ordem de Cristo e, em 1512, beneficiou
de obras de restauro. No contexto da crise de 1383-1385, manteve-se
ao lado do Mestre de Avis.
Nos séculos seguintes conheceu o abandono que o arruinou,
cobrindo-o de extenso matagal. Na década de 1940 foram
efetuadas obras de consolidação e restauro, a cargo
da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos.
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Cronologia
1128 -
O castelo de Pombal, outrora castro romano e fortaleza árabe,
estava inserido no vasto território pertencente à Ordem
do Templo;
1155 ou 1156 -
Inicio da reconstrução do
castelo de Pombal, construção
de vários torreões para servir
de contraforte e simultaneamente suster
e estabilizar a muralha, e do repovoamento
da vila (BARROCA, 2000, tomo I, p. 360);
1171 - Construção
da Torre de Menagem com alambor no pátio
do castelo; neste período de reconquista
passiva a Torre de Menagem servia de último
reduto de defesa sendo aí que se
encontravam guardadas as pertenças
do senhor terra-tenente; esta obra ficou
assinalada numa inscrição,
como era costume dos Templários,
e esteve afixada neste castelo tendo sido
transferida, a pedido do Infante D. Henrique,
entre 1420-1460, para o Convento de Cristo
em Tomar (v. 1418120002), onde hoje se
encontra na parede exterior da Sacristia
Velha*1;
1353 - o castelo e a vila
são doados à Ordem de Cristo;
séc. 16 (inícios) - reconstrução
do castelo por D. Manuel;
1560 - reconstrução
da igreja de Santa Maria do Castelo pelo
alcaide Pedro de Sousa Ribeiro, antepassado
dos Condes de Castelo-Melhor, que detiveram
a alcaidaria desde o reinado de D. Afonso
V até 1834 (LEAL, 1876);
1811 - as tropas francesas
comandadas pelo Gen. Ney causaram grandes
prejuízos no castelo;
1812 - a pia baptismal é transferida
de Santa Maria do Castelo para a igreja
de São Martinho;
1923 - Requerimento da
C.M. Pombal ao Ministério da Guerra
a solicitar que lhe seja entregue o Castelo;
1924, 7 de Dezembro -
Auto da entrega que faz o Ministério
da Guerra ao Núcleo da União
dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo
em Pombal do Castelo da mesma vila e terrenos
anexos, que constituem o prédio
militar nº 1: "nos Paços
do Concelho foram entregues as ruínas
do Castelo ao Núcleo dos Amigos,
demarcadas com 32 marcos de cantaria devidamente
numerados seguidamente a partir de norte
para sul, seguido por nascente, e tendo
por cima de cada número as siglas
M.G.-. (...) Ao Núcleo fica competindo
a conservação e a guarda
do prédio, podendo o Ministério
de Guerra auxiliar, quando o entender;
A concessão é a título
gratuito e tempo indefinido, conservando
o Ministério de Guerra a Propriedade;
o Núcleo não poderá realizar
quaisquer obras no prédio, mesmo
de conservação, que importem
demolições ou novas construções
de alvenaria, ou ainda movimentos de terra
nas esplanadas, sem licença prévia
e escrita do Ministério de Guerra";
1931 - tendo sido dissolvido
o Núcleo da União dos Amigos
dos Monumentos da Ordem de Cristo, caducou
a concessão feita pelo MG, tendo sido
feito, nas mesmas condições,
o auto de cedência do uso fruto do
prédio militar nº 1, constituído
pelo castelo e explanada de acesso, à Comissão
de Iniciativa e Turismo de Pombal;
1933 - pedido de autorização
para construção de uma
estrada que ligue a vila ao castelo,
autorizada e registada em "escritura
de autorização concedida
pelo Ministério da Guerra à Comissão
de Iniciativa do Concelho de Pombal".
Para construir uma estrada de acesso
ao castelo pelo seu prédio militar
(...).;
1934 - A Comissão
de Iniciativa e Turismo de Pombal apresenta
uma proposta para arborização
do monte do castelo aprovada pela Comissão
Executiva da Câmara Municipal e
autorizado pelo Conselho Superior de
Belas Artes;
1939, 13 de Abril -
auto de entrega ao Ministério
das finanças do Castelo de Pombal:
Castelo de dez torres rectangulares em
estado de ruína com terreno anexo,
medindo 25.437 m2, no valor de 200.000$00,
estando as respectivas torres ligadas
por muralhas ao interior da Torre de
Menagem. Fora do castelo existe uma capela
em ruínas e uma torre. Tem placa
a que se refere o Dec.- Lei nº.
24.489, demarcados com as iniciais P.E.
e está também demarcado
com 33 marcos de cantaria com as iniciais
M.G. e com os respectivos números.
A confrontar de norte com caminho público
e António Lopes Teixeira; do sul
com António Lopes Teixeira e caminho
de acesso ao Castelo, e de nascente e
poente com António Lopes Teixeira
e Ribeiro Faria e inscrito na matriz;
2004 - apresentado um
projecto de requalificação
e valorização das estruturas
existentes pelo município, encontrando-se
em fase de apreciação pelo
IPPAR (Diário das Beiras, 16-08-2004);
2005 - Musealização
da Torre de Menagem
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Aqui
domina a Igreja Matriz de São Martinho ligada à paz
de que foi obreira a Rainha Santa Isabel, dando também
nome à comenda da Ordem de Cristo de que o Marquês
foi senhor. Recebe-a das mãos dos condes de
Castelo Melhor – comendadores de Pombal durante
séculos e que ao lado direito da Igreja tinham
um dos seus solares. Assim, D. José pretende
reconhecer os serviços de Carvalho e Melo, dando-lhe
o senhorio de Pombal, já que era também
o seu maior proprietário, através da
vasta herança que recebera de seu tio Paulo
de Carvalho Ataíde. Entre muitos outros bens
dispersos por Lisboa, Oeiras e Sintra, encontra-se
a Quinta da Gramela.
Do lado esquerdo o Antigo Celeiro do Marquês e actual Centro
Cultural e do lado direito desta Igreja, a antiga Cadeia e actual
Museu Marquês de Pombal.
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(Foto
de cima em 2004 / foto de baixo em 2006)
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Num
dos extremos da Praça Marquês de Pombal,
a Igreja do Carmo foi construída em 1760 em
honra de Nossa Senhora do Carmo. No século
XIX foi sede da confraria da Ordem Terceira de Nossa
Senhora do Carmo.
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À direita
da Igreja Matriz de São Martinho, encontra-se
a Cadeia mandada construir no sec. 18 pelo Marquês
de Pombal. O seu interior sofreu profundas
alterações há alguns anos.
O piso térreo teve algumas obras de beneficiação
em 1875-77. De realçar a presença
de uma pequena sineta que terá vindo da
Torre do Relógio.
Fonte
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Situa-se
na mesma Praça da Marquês de Pombal à esquerda
da Igreja Matriz de São Martinho. Edifício
de dois pisos. O primeiro é constituído
por cinco portas de verga arqueada, apresentando a
porta principal as ombreiras ligeiramente decoradas
e encimadas pelo brasão do Marquês. No
segundo Piso apresenta cinco janelas de lintel curvo
diferenciadas entre si. De salientar o madeiramento
do tecto, construído de forma a atenuar os efeitos
sísmicos.
Fonte
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Busto
do Marquês de Pombal
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Situa-se
no Jardim Municipal do Cardal. É uma estátua
de bronze de Ernesto Korrodi com base em calcário
da autoria de Fernandes de Sá.
É a
primeira estátua erigida ao Marquês em
Portugal. Foi inaugurada em 1907.
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De
estilo Barroco, apresenta uma planta cruxiforme.
De notar a lápide evocativa da sepultura do
Marquês de Pombal. "Aqui descansaram os
restos mortais do Marquês
de Pombal até 1857".
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Igreja
Matriz de São Martinho
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De
fundação medieval, apresenta várias
capelas de talha dourada, destacando-se a capela
da Senhora da Piedade, encimada pelo brasão
do capitão Jorge Botelho.
Cronologia
1323 - reconciliação de D. Dinis
com seu filho D. Afonso, por intermédio da Rainha
Santa Isabel, ocorrida neste templo; 1520 - reconstrução
da igreja, determinada por D. Manuel e executada pelos
cavaleiros de Cristo; 1551 - construção
da capela de Nossa Senhora da Piedade; 1560 - retábulo
atribuído a João de Ruão e Jacome
de Bruges; 1611 - data inscrita na porta; 1677 - construção
da torre sineira; 1811 - ruína da capela de
Nossa Senhora da Piedade, destroçada pelas invasões
napoleónicas; 1812 - a pia baptismal veio da
igreja se Santa Maria do Castelo; 1816 - reedificação
da capela levada a cabo pelo administrador de então,
Jorge Coelho de Vasconcelos Botelho, capitão-mor
de Pombal; 1911 - restauro do templo com as esmolas
do povo da freguesia; 1950 - ampliação
do edifício para nascente, adaptando-se no 1º andar,
ao nível do coro, uma sala sobre a capela-mor,
para dependências paroquiais; 2000 - aprovado
arranjo urbanístico dos espaços públicos
do centro de Pombal, por Despacho superior de 21 Janeiro
de 2000.
Fonte
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Construída
no século XVIII sobre o rio Arunca para a passagem
da Estrada Real.
Descrição
Ponte lançada sobre o rio formada por três arcos
iguais de asa de cesto apoiados em pilares com talha-mares semi-cónicos.
Parapeitos com bancos corridos tendo ao centro, a montante, marco
pétreo rematado por frontão curvo encimado por
pinha, com a inscrição «ESTA PONTE FOY PRINCIPIADA
/ NO ANNO DE 1793 EM QUE NASCEO / D. MARIA THEREZA, / E ACABOU-SE
NESTE ANNO / DE 1795, EM QUE NASCEU / O SERENISSIMO SENHOR PRINCIPE
/ DA BEIRA / D. ANTONIO.», incisa em cartela.
Cronologia
1793 - início da construção da ponte, mandada
fazer por D. João VI; 1795 - conclusão da ponte.
Tipologia
Arquitectura civil pública. Ponte com três arcos
em asa de cesto.
Características
Particulares
A conjugação dos talhamares com os arcos e a colocação
de bancos e floreiras nos parapeitos concedem-lhe um ar cenográfico
e singularizam esta ponte.
Fonte
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Casa onde o Marquês de Pombal passou os últimos
anos da sua vida e foi sujeito a interrogatório pela sua
acção enquanto estadista. Situa-se na Praça
Marquês de Pombal junto à Igreja Matriz.
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Mandada
construir por D. Pedro para receber os tributos dos não
cristãos em dia de São Martinho
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Enquadramento
Urbano. Assente em calçada de degraus de largos patamares,
na encosta de Santo Amaro, sobressaindo do casario envolvente.
Descrição
Torre de planta quadrangular, com 2 registos correspondentes
a 2 corpos prismáticos, sendo o inferior de base maior,
rematados por cúpula piramidal, octogonal, com ornato
bolboso no vértice; merlões chanfrados coroam
as paredes, intervalados por uma capela para sinos. 2 janelas
N. e O. e uma porta S. rasgam as paredes da torre. Interiormente
2 sobrados de madeira dividindo os 2 andares e uma cave de
pavimento de tijoleira.
Cronologia
Séc. 14 (2º quartel) - A torre é mandada construir
no reinado de D. Pedro I, para recolha de tributos devidos pelos
judeus e mouros, rendimentos próprios da coroa, em dia
de São Martinho; 1509 - D. Manuel ordena beneficiações
na torre, que lhe terão dado a actual feição
arquitectónica.
Tipologia
Arquitectura civil pública, gótica, manuelina.
Torre prismática, ameada, com funções públicas.
Fonte
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Museu
Municipal Marquês de Pombal
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Situa-se
na Praça com o seu nome, no edifício
da antiga Cadeia. É constituído por vários
artefactos e uma extensa bibliografia com documentos
de grande importância histórica sobre
o Marquês de Pombal.
O
museu abriu as suas portas a 8 de Maio de 1982, inicialmente
no edifício da Câmara Municipal.
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O
Pelourinho original encontra-se em fragmentos nos claustros
do Convento do Cardal. No seu lugar encontra-se um moderno
Pelourinho evocando os senhores de Pombal.
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Solar
da Quinta da Gramela
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A ligação do Marquês à cidade e município
de Pombal terá surgido quando, em 1724, abandonou o lar
materno em Lisboa para vir para os “campos do Mondego”.
Seria na Quinta da Gramela, local amplo e verdejante, que se
viria a instalar e a permanecer durante cerca de sete anos, e
que, mais tarde, viria a herdar do seu tio Paulo de Carvalho.
A
cerca de 3 Km de Pombal, na estrada que liga o lugar
da Estrada para a Aldeia dos Redondos, é hoje
propriedade particular.
Em
1759 era constituída por casas térreas.
Posteriormente é feito o solar, edifício
de dois pisos com uma capela adjacente, tem em anexo
um duplo páteo que servia de residência
aos criados, de arrumo de alfaias e depósito
de produtos agrícolas.
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Molde
de Fabricação de Chapéus, pertencente
a antiga Real Fabrica de Chapéus de Pombal,
sedeada na Quinta da Gramela (Século XVIII)
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